Sobre 2022

Foto do meu acervo, de uma viagem ao Chile que fiz com duas grandes amigas em 2019. 

Meus doces, bom dia. 

Chegamos no último post desse ano tão transformador que foi 2022. 

Vamos falar um pouco sobre alguns eventos e narrativas que aconteceram esse ano… 

Nos mercados

Apple: Que a gigante da tecnologia é a maior companhia em valor de mercado do mundo (brigando às vezes com a Saudi Aramco), uma parte considerável de nós já sabe. No entanto, no primeiríssimo pregão de 2022, a Apple atingiu a marca de US$3 trilhões, única empresa do planeta a atingir esse feito.

Ponta Sul: o fundo de Flávio Gondim, conhecido como ‘monstro do Leblon’, reduziu sua posição em Banco Inter em janeiro, vendendo aproximadamente 30 milhões de units. Segundo o Brazil Journal, o fundo reduziu a participação de 12% para 7,37%. Em junho, o banco encerrou negociações na B3 (e, em setembro, seu concorrente Nubank seguiu o mesmo rumo). 

Elon Musk: O homem mais rico do mundo deu o que falar em 2022. A aquisição de Musk começou com compras pontuais de ações do Twitter em janeiro. Em abril, o empresário fez uma oferta de aprox. US$44bi. Algumas semanas depois, Musk disse que não tinha mais a intenção de comprar a empresa, o que acabou resultando numa batalha judicial. Por fim, em outubro, ele finalizou o acordo de compra e demitiu o CEO, o CFO e o chefe de assuntos jurídicos da companhia.

Elon também visitou o Brasil para o evento Conecta Amazônia, além de ter se encontrado com diversos empresários e o presidente na Fazenda Boa Vista, em São Paulo. 

Luna, Celsius e 3AC: 2022 foi um ano sombrio para os investidores em criptomoedas. Os tokens da Terra, a Celsius e a 3AC (Three Arrows Capital) foram alguns dos casos emblemáticos do ano. Os tokens da rede Terra (LUNA e UST), foram os primeiros a colapsar depois de um ataque especulativo que fez com que perdessem o lastro e a paridade com o dólar. O acontecimento causou uma espécie de transbordamento na plataforma de empréstimos de criptomoedas Celsius e também no fundo crypto Three Arrows Capital. 

FTX: Seguindo o rumo do cripto winter, a corretora de criptoativos FTX foi um dos marcos em 2022. Algumas incongruências na empresa de prop trading do CEO da FTX, denominada Alameda, levaram a acreditar que não havia um chinese wall entre as duas companhias e o dinheiro dos clientes da corretora estaria passando para a mesa proprietária. O CEO da Binance (a maior corretora de crypto do mundo), após alguns dias, divulgou que estaria se desfazendo dos tokens que recebeu ao desinvestir da FTX, uma vez que o projeto havia se mostrado publicamente fracassado. O posicionamento gerou uma espécie de corrida bancária crypto e a FTX suspendeu os saques, divulgando alguns dias depois que estava insolvente. 

Netflix: As ações da companhia tombaram após divulgação dos resultados no 1T22. O que chamou atenção, nesse caso específico, foi o fato de ser uma tese em que a renomada Pershing Square estava comprada. Bill Ackman chegou a postar uma carta divulgando ter zerado posição na companhia de streaming, dizendo que com o passar dos resultados as informações disponíveis se mostraram inconsistentes com a tese original.

Debit Suisse: O gigante banco Credit Suisse enfrentou e enfrenta bastante desconfiança por parte do mercado no que diz respeito a sua capacidade de liquidez. Os empréstimos bilionários à Archegos (que entrou em falência) se mostrou um problema de gestão de risco, que fez com que o banco buscasse levantar capital para fazer uma reestruturação. Além disso, o banco irá se desfazer de alguns segmentos para reforçar capital. As ações caíram cerca de 67% YTD. 

TT Investimentos: A gestora ganhou bastante atenção em dezembro deste ano após um drawdown de 87% no fundo TT Global Equities, numa operação ultra alavancada numa small cap chamada Clarus, que saiu dos US$27 para US$15 em apenas 5 dias.
Bethinha: a Rainha da Inglaterra veio a falecer também no mês de setembro. Depois de pouco mais de um mês, a então primeira-ministra, Liss Truss, renunciou ao cargo (com menos de dois meses de mandato), dando posto para o atual governante Rishi Sunak.

ESG?: a guerra da Ucrânia foi uma pauta recorrente durante todo o ano de 2022, seja pelos gargalos na cadeia de suprimentos, seja pela narrativa de uma terceira guerra mundial. Uma medida que chamou atenção, no entanto, foi a parada do fornecimento de gás natural para a Europa por parte da Rússia. A União Europeia, uma entidade que se clamava aos Estados nos fóruns internacionais por uma postura ecologicamente mais correta, tomou um curso de ação um tanto controverso. Com o embargo, os países da Europa aumentaram substancialmente o uso de carvão para suprir a demanda de eletricidade. Muitas pessoas céticas com a tendência ESG voltaram a questionar se essas políticas são, de fato, sustentáveis no longo prazo. 

Boa Sorte Day: Com a PEC de transição (carinhosamente apelidada por mim e meus amigos de PEC rooftop, já que propõe um gasto acima do teto de gastos), o  ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que havia declarado voto no candidato à presidência Lula, desejou ‘boa sorte’ aos futuros ministros. O banho de sangue nos mercados levou o apelido de Boa Sorte Day nas redes sociais. 

Muito provavelmente deixei passar algum evento que foi marcante. Você se lembra de algum que eu possa ter esquecido? 

Na minha vida 

Sigo muito grata por saber que um dia já quis tudo que tenho hoje. Essa deve ter sido a grande lição do ano, para falar a verdade. Se foi um bom ou mau ano, vou te contar um segredo, que para mim é inconclusivo. Mas de fato, foi um ano repleto de aprendizados. 

Aprendi que é preciso ter paciência. É verdade quando Billy Joel diz que você não pode ser o que quer ser antes do seu tempo. Há tempo de plantar e tempo de colher e a urgência pode ser um grande inimigo neste processo de construção da nossa vida adulta. 

Aprendi que certas batalhas a gente perde. Não interessa o motivo. Às vezes porque não tivemos psicológico para encarar a situação. Às vezes porque não tínhamos capacidade, naquele momento, de fazer o que era necessário. Às vezes porque nossa prioridade era outra. Não vale a pena se martirizar por isso. Todo mundo perdeu alguma batalha na vida.Todo mundo há de perder mais de uma batalha na vida, também. São processos, fazem parte da caminhada.  

Tudo nessa vida passa. As pessoas que estão próximas a você hoje, talvez daqui alguns meses (dias!) não estejam mais. A transitoriedade é a maior certeza que temos nessa vida. Bens quebram, estragam, deterioram, desabam. Pessoas se afastam ou morrem. Certas coisas precisam ir para que outras possam vir. Acredito veementemente que existem situações, pessoas e relações que são de temporada. Deus une propósitos para que as pessoas aprendam uma lição umas com as outras. Qualquer momento de euforia ou de tristeza é meramente transitório. Nossa maior maldição é também nossa promessa mais sagrada: o que quer que você esteja sentindo, você nunca vai se sentir assim pra sempre. 

Estive cercada de pessoas muitíssimo inteligentes, obstinadas, determinadas. Tenho a sorte de poder contar com alguns mentores, que possivelmente nem sabem que o são, que me ensinam a cada dia. Cada almoço, café ou jantar com eles deixa minha cabeça fervendo de novas ideias, e eu sou eternamente grata por isso. São experiências muitíssimo enriquecedoras. Eu não sou absolutamente ninguém sem as pessoas que me abriram as portas. 

Por fim, aprendi recentemente com uma grande amiga uma lição excepcional. Em 2022 atingi 7 das 8 metas que me estabeleci. O que me deixou muito orgulhosa. Até que conversando com ela ela me falou um ponto importante: um objetivo é um objetivo. É uma ‘milestone’ em si mesma, um marco. Em 2023, posso dizer com tranquilidade que não terei meta alguma. Meu objetivo não é um objetivo. Meu objetivo é performance. No trabalho, na newsletter, no esporte, no mestrado. O objetivo é o processo em si mesmo. O ganho marginal dia após dia. A consistência. Metas são meramente uma consequência. 

Na newsletter

Por fim, vamos falar um pouco sobre esse projeto que surgiu de uma forma bastante despretensiosa e que foi uma gratificante surpresa esse ano. 

Criei essa news em 2 de junho de 2022, por recomendação de um amigo. O primeiro post, no dia 6 de junho, foi enviado para a base (singelas 26 pessoas, com uma taxa de abertura de 62%), e, quando divulgado no twitter, gerou 277 novas inscrições, totalizando 303 assinantes. 

De lá pra cá, estamos, no dia 21 de dezembro, quando escrevo esse post, com mil quatrocentos e quatro inscritos e 18.700 visualizações no site (excluindo as visualizações por e-mail). Depois de onze posts e 15.435 palavras. E eu não conseguiria agradecer a vocês o suficiente.

Os posts mais lidos, como já esperado, foram a estreia do Compounders com o Braga e o post sobre o legado do Banco Garantia, ambos linkados, caso você não tenha lido. 

E daqui pra frente?

Dado que agora sinto que tenho uma responsabilidade com a produção de conteúdo desse canal, acho que preciso estabelecer uma espécie de cronograma com vocês. Seguimos com a programação de entrevistas às terças-feiras às 8h00 e quando tiver algum tópico que considere interessante compartilhar, seja mais técnico ou mais irreverente, nos vemos na caixa de entrada do seu e-mail às quintas-feiras (dia de happy hour!) às 8h00 também. 

Então definimos como todas as terças e algumas quintas (rs) às 8h00. Combinado?

Como dito no Twitter, retornamos no dia 03 de janeiro com mais um entrevistado no quadro dos gestores (intitulado Compounders, vou deixar aqui a entrevista com o Braga, caso você não tenha visto). Possivelmente um dia antes deve sair um tweet com algum quote que eu tenha gostado. Prometo que não vai ser tão fácil quanto o último, hehehe. E assim seguimos, todas as terças-feiras às 8h da manhã, enquanto durarem os estoques (rs). 

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Como sempre, quero te agradecer por abdicar de uma pequenina fração do seu ativo mais valioso. Obrigada por cada e-mail, RT, like, comentário, divulgação. Nada disso aqui seria possível sem vocês. 

Vamos juntos. 

Obrigada por ler!